O Brasil tem uma dádiva e o Nordeste tem um amor, que se chama sertão, lugar de muitas gentes, de muita fé, de muito calor, luta, seca, analfabetismo, mas, acima de tudo, muita paz em meio a costumes e crenças de sertanejos raízes dessa nossa região.
Impossível falar do sertão e nem ao menos mencionar o rei do baião, Luiz Gonzaga: "Quero ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou muito seu povo, o sertão, que cantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes, os valentes, os covardes, o amor".
Podemos ainda lembrar de pessoas renomadas na literatura, como por exemplo: Guimarães Rosa e Rachel de Queiroz, que escreveram sobre o sertão.
No sertão nordestino, muitos e muitos vivem sem uma perspectiva de futuro, porque, infelizmente, as oportunidades não chegam para todos. O "seu Zé" enfrenta sol no meio do mato, tocando o seu gado, que muitas vezes devido a seca, acaba morrendo. Não enfrenta chuva, porque quase não têm. Mas, uma das essências de quem vive no sertão é elevar os olhos ao céu, tomado pelo sol, e com aquela fé inabalável, dizer: " Se Deus quiser, a chuva vai chegar", outros ainda dizem: " com a bênção de Deus e as graças de São José, ela vai chegar".
O sertão nordestino "é o semiárido mais populoso do mundo". O analfabetismo ainda é grandioso entre o seu povo. São pesquisas comprovadas e, segundo especialistas, a seca agrava a desigualdade, ainda mais com a falta de infraestrutura no local.
Ainda hoje, no século XXI, muita gente ainda passa sede, passa fome. É um cenário triste. Porém, mesmo com essa situação agravante, surge a pergunta: o sertanejo é feliz? Se por em conta o testemunho de luta, de fé, de esperança, ele é sim. Pois o sertão é o grande amor do nordeste, " terra de sujeito homem, cabra da peste, de mulher guerreira, esforçada. Terra de muitas gentes...
E pra terminar, menciono o grande Guibson Medeiros: "Sou nordestino! Sou do sertão, terra quente, que é bem difícil chover, nasci de um povo valente, acostumado a sofrer, sou nordestino, oxente e tenho orgulho de ser".
Por Igor Kauã
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