BRASIL:“Fazer corrupção no Brasil é mais difícil”, diz diretora de conformidade da Odebrecht

Olga Pontes fala sobre fato de boa parte da propina a políticos ter sido paga em paraísos fiscais.
Resultado de imagem para oLGA pONTES
Foto: G1
Responsável por um time que quer colocar a Odebrecht em um padrão satisfatório de conformidade às leis e boas práticas do mundo corporativo, a diretora Olga Pontes elogia o sistema bancário brasileiro como forma de combate à corrupção.

Ela explicou, nesta terça-feira (25), que se dependesse dos bancos brasileiros, dificilmente o escândalo de corrupção que tomou conta do País nos últimos anos teria tido tal proporção.

— O sistema bancário financeiro brasileiro é fortíssimo, é muito rigoroso. [...] Se você, uma pessoa física normal, aqui no Brasil, começa a fazer transações financeiras acima de R$ 5.000, o sistema bancário cai em cima de você, ele vai querer saber. [...] Mas não é todo país que tem um sistema financeiro dessa forma. Então, fazer corrupção no Brasil, apesar de estarmos em um ‘boom’, é muito mais difícil do que fazer corrupção em outros países ao redor do mundo.

Olga destaca o fato de empresas e agentes públicos terem usado contas no exterior para as transações envolvendo propina.

— O que [políticos] recebiam de propina era o troco de pacote de dinheiro que se podia carregar. O volume de propina, 80%, 90%, foram em contas na Suíça, no Panamá, em paraísos fiscais. Conseguia-se lavar o dinheiro nesses países. [...] Não utilizaram o Brasil como veículo para essa corrupção. As atividades estavam no Brasil, os políticos brasileiros eram corrompidos, assim como os da América Latina, mas os veículos utilizados eram totalmente de fora. Por isso, tanta colaboração internacional.


As offshores, como são chamadas empresas sediadas em paraísos fiscais, são difíceis de rastrear, por não terem o nome dos donos nos registros, ou porque os governos não têm a obrigação de divulgar essas informações.

Alguns nomes de políticos mossavieram à tona com o escândalo do escritório Mossack Fonseca, no Panamá, responsável por abrir essas empresas.

Um dos exemplos mais famosos de contas no exterior na Lava Jato é o do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ele pagou despesas pessoais, incluindo gastos com artigos de luxo, com recursos de contas na Suíça.

As investigações que levaram a condenação do político apontaram, com ajuda de autoridades suíças, que ele recebia dinheiro de propina naquele país. Fonte: R7.com

Comentários